Nanotecnologia é base para novas tecnologias, indústria 4.0 e inteligência artificial

“A nanotecnologia é um tema extremamente transversal, é a base do desenvolvimento das novas tecnologias, da indústria 4.0, da inteligência artificial”. A frase, da pesquisadora da Fundacentro, Arline Arcuri, resume a importância desse tema na sociedade atual e os impactos que possui. “A pesquisa em nanotecnologia conseguiu entender melhor como a matéria se comporta nesta escala nano”, explica. Dessa forma, foi possível construir nanochips, desenvolver equipamentos que facilitam a comunicação e a nanobiotecnologia.

Todo este cenário foi debatido no XVI Seminário Internacional de Nanotecnologia, Sociedade e Meio Ambiente – XVI Seminanosoma e Seminário Internacional de Nanotecnologia, Desenvolvimento e Trabalho 4.0 – I Senano. O evento, realizado na Procuradoria Geral do Trabalho – PRT 2 ª Região, em São Paulo/SP, teve a participação de servidores da Fundacentro na Comissão Organizadora e no Comitê Científico.

Uma das novidades deste ano foi ampliar o foco para as novas tecnologias e a participação do Ministério Público do Trabalho. Os servidores da Fundacentro participam da Rede de Pesquisa em Nanotecnologia, Sociedade e Meio Ambiente – Renanosoma, que idealizou o evento.

“Os anteriores eram mais voltados ao impacto à saúde, ao meio ambiente, alguma coisa da área jurídica. Agora houve uma amplitude bastante significativa, com representantes do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, da OAB, da Associação do Ministério Público”, aponta Arline. Amplia-se, dessa forma, o foco de trabalho. “O nosso foco enquanto Fundacentro vai continuar sendo saúde e segurança, mas agora aliado às questões jurídicas, as questões de regulamentação”, completa.

“Isso faz parte de um processo histórico, desde 2004 temos feito, hoje já temos uma massa crítica formada ao longo desses 15 anos. As questões que nós pontuamos nos nossos seminários são sempre relativas às questões dos impactos da nanotecnologia: impactos sociais, impactos ambientais, impactos econômicos, impactos no campo do direito, no campo da saúde, da ética. Tudo isso é produção de conhecimentos em uma área que não tem sido contemplada para a produção de pesquisas”, avalia o coordenador da Renanosoma, Paulo Martins.

Para Martins, é importante que os recursos públicos na área de pesquisa contemplem projetos que estudem os impactos da nanotecnologia e não apenas o desenvolvimento de produtos. Nesse sentido, o debate de 2019 procura trazer novos temas como a produção de conhecimento sobre nanotecnologia na área de agricultura e produção de alimentos.

O presidente da Fundacentro, Felipe Portela, participou da abertura do evento e destacou o trabalho do grupo de pesquisadores da instituição liderados por Arline Arcuri, que se debruça sobre os desafios da nanotecnologia. Para ele, o evento é uma oportunidade de promover reflexões e identificar temas que mereçam um aprofundamento e pesquisas aplicadas, indo ao campo para mapear os problemas reais para dar respostas efetivas à sociedade.

“Quando a gente fala em pesquisa em nanotecnologia voltada para a saúde e segurança do trabalhador, basicamente, é um debate para nos anteciparmos aos riscos ainda incertos, e esse não é um debate exclusivo do Brasil. O mundo inteiro está debruçado sobre isso, pensando alguma forma de antever”, avalia Portela.

Também na mesa de abertura, a procuradora regional do Trabalho e docente da Escola Superior do Ministério Público da União, Adriane Reis de Araújo, refletiu sobre o papel do seminário. “A tecnologia tem que ser colocada a serviço do ser humano. O evento deve buscar questionamentos e reflexões para escolher o melhor caminho a trilhar”.

 

Fonte: Fundacentro.gov.br